segunda-feira, 9 de julho de 2007

Ludwig van Beethoven - Sinfonia nº5, em dó menor


A Sinfonia nº5 é uma das obras-primas de Beethoven, disputando em popularidade com a sua 9ª sinfonia. Não é para menos, pois o esforço empregado em ambas as sinfonias foi descomunal. A estréia (première) desta grandiosa sinfonia foi em Viena, no final de 1808, no Teatro “An der Wien”, num concerto com uma duração de mais de 4 horas somente de grandes estréias do compositor, como o Concerto para Piano nº4, a Sinfonia nº6 “Pastoral” e a Fantasia Coral op.80, para Piano, Orquestra e Coro, (que foi um exercício composicional para a 9ª sinfonia, que no quarto e último movimento utiliza uma inovação inédita até ali em termo de sinfonia, um Coral!) entre outras peças executadas e regidas pelo próprio Beethoven. Porém, há anotações a respeito desta Quinta sinfonia que datam do ano de 1800 e 1801. Ele retoma a produção em 1804 e vai até 1807, paralelamente à produção da sua ópera “Fidélio” e do 4º Concerto para piano e orquestra. Nessa época, o compositor lutava por uma forma ideal para o tema de abertura: a tonalidade escolhida para esta sinfonia era a preferida de Beethoven, Dó menor, e o segundo e terceiro movimentos já estavam praticamente delineados quanto à sua formação. Pois é justamente no 1º movimento (Allegro com brio) que se apresenta a “Forma Sonata”, sem a qual não existe sinfonia e é nesse movimento que geralmente abriga as mais importantes idéias da obra integral, sendo por isso reconhecido como sua base mestra. Um dos princípios que regem o sucesso de uma música desse tipo é o potencial de “metamorfose” do tema inicial, justamente porque dele depende todo o resto. Pode-se dizer que Beethoven foi bem sucedido, pois não há quem não reconheça hoje este tema enérgico tão simples, porém tão cheio de possibilidades inerentes e que faz com que a obra seja tão poderosamente reconhecida. O segundo movimento transforma o clima em algo melancólico, com uma melodia inicial poética nas cordas, que culmina com a orquestra toda em um fortíssimo junto com uma “coda”. O terceiro e quarto movimentos ligam-se entre si através de um surpreendente “crescendo”. O terceiro consiste de um Scherzo e Trio contrastantes, iniciando nos violoncelos e nos contrabaixos, cria-se uma imensa expectativa até que a orquestra cresce em intensidade e então começa a triunfante marcha de abertura do impressionante e inovador último movimento, que é onde Beethoven mostra as suas garras em termos musicais, terminando de forma magistral e surpreendente!
















Nesta edição francesa de 1809, ainda pode-se ver a dedicatória que Beethoven fez dessa sinfonia a seus patronos, a quem ele os admirava muitíssimo, Príncipe Lobkowitz e Conde Rasumovsky.

Program Notes © 2007 by Eduardo Knob

10 de Julho de 2007

Regente: Manfredo Schmiedt

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