terça-feira, 12 de junho de 2007

S.Prokofiev - Sinfonia "Clássica" nº1, op.25

Sergei Prokofiev, nascido em 1891, começou a compor logo aos cinco anos de idade. Mais tarde, no conservatório de São Petersburgo, estudou com os grandes compositores russos da época, como Rimsky-Korsakov. Apesar dos alunos naquele conservatório não terem que estudar os compositores vienenses clássicos, o professor de regência de Prokofiev aconselhava o estudo desse repertório. Desse modo, o jovem compositor sentiu-se impelido a compor sua primeira sinfonia em um estilo composicional próximo ao de Haydn (não só em termos musicais, mas também o espírito inovador com que ele trata suas composições) fazendo-a assim ao estilo clássico, corroborando o seu subtítulo. Além disso, ele usou esta obra como um exercício de composição fora do piano, já que como pianista, ele desenvolvera o hábito de compor ao teclado.

Prokofiev começou a trabalhar na Sinfonia Clássica em 1916, terminando poucas semanas antes da Revolução de Outubro, em 1917. Esta se tornou uma de suas mais populares e acessíveis obras desde 1918, em sua estréia, onde foi classificada até como “superabundância de barulho” e “orgia de sons dissonantes”. Enquanto Prokofiev segue a procedimentos clássicos de construção musical, ele usa exaustivamente uma sonoridade com conteúdo dissonante bem presente, com um tratamento diferente de recursos instrumentais, apesar de estar na formação de orquestra clássica. No vivo Allegro, em forma sonata, os seus dois temas são razoavelmente clássicos, mas a maneira em que são trabalhados, com nuances de dinâmica e a variada orquestração, aponta para o futuro. No Larghetto, a graciosa e elegante melodia de abertura soa quase nostálgica, ao passo que o registro extremamente agudo das cordas cria a sonoridade característica de Prokofiev. A Gavotte é temperada com harmonias arrebatadoras, enquanto o Finale, marcado Molto Vivace, possui um ímpeto bastante enérgico.

Program Notes © 2007 by Eduardo Knob

12 de Junho de 2007

Regente: Carlos Fernando Prazeres

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