Quando Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840 – 1893), no inverno de 1874, decidiu compor seu primeiro Concerto para Piano, ele pouco havia lidado com música para piano. A respeito deste instrumento, fundamental para o desenvolvimento da música no século XIX, quase não existem anotações de Tchaikovsky, a não ser uma carta em que o compositor descreve a relação entre piano e orquestra – inserida dentro do gênero do concerto – como a “luta de duas forças iguais”.
O Concerto nº1 é bastante marcado por essa concepção energética e vigorosa. Definitivamente, é uma das obras que servem de modelo como música para piano e orquestra, e seu começo é uma das passagens musicais mais iconizadas. Porém, o pianista a quem originalmente foi escrito, Nikolai Rubinstein, de início achou-o muito desagradável, recusando-se a tocar o concerto. Desapontado, Tchaikovsky mudou a dedicatória em favor de outro virtuose muito apreciado por ele, Hans Von Bülow. Este, mais satisfeito, estreou o concerto no outono de 1875,
As trompas iniciam este concerto com um famoso ataque, e logo após surge o piano com uma sucessão de acordes ascendentes e colossais, como acompanhamento da melodia da orquestra, que é interrompida em seu desdobramento pelo solista em toda sua pujança. É justamente esta postura da música, que avançaa nervosa e intranqüila, procurando incessantemente um ponto de repouso – embora não consiga encontrar -, que deve ser a fonte da intensa motivação do concerto. A simplicidade do segundo movimento, com uma lânguida melodia e uma seção intermediária de andamento mais rápido, é contrastada com o impetuoso vigor do terceiro movimento, guiado por uma dança cossaca, que leva o concerto para um vigoroso final.
Program Notes © 2007 by Eduardo Knob19 de Junho de 2007
Solista: André Carrara (piano)
Regente: Manfredo Schmiedt
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