Béla Bartók (1881 – 1945) nasceu na Transilvânia, território hoje pertencente à Romênia. Ele foi, sem dúvida, um dos compositores contemporâneos mais originais do século XX, pois após um breve período, no qual compôs no estilo romântico tardio, empreendeu viagens de pesquisa e coleta musical feita em partes remotas da Europa oriental e até mesmo da África durante vários anos. Conforme ele próprio admite num depoimento autobiográfico, o material coletado foi de decisiva influência sobre sua obra porque o libertou do “reinado tirânico” de tons maiores e menores. De fato, grande parte destas melodias folclóricas era baseada em modos e escalas antigos cultivados por grupos isolados. O inusitado do material convinha ao estilo musical bem direto de Bartók. Em 1909, começou a busca de material musical entre os romenos, o que resultou na produção de um pequeno grupo de peças para piano, em 1915, baseado nas melodias que ele havia ouvido. Bartók compôs as Danças Romenas a partir de melodias que encontrara na Transilvânia, e segundo afirmou, quase nada mudou ou acrescentou às mesmas.
Segundo o biógrafo de Bartók, Halsey Stevens, as danças variam grandemente em caráter e em andamento, indo da gentil Buciomeana (Dança com Gaita de Foles), única em tempo ternário – assemelhando-se em certo grau a um minueto -, indo até a viva Poarg Româneasc (Polka Romena), além da enérgica Dança Rápida que fecha a série de danças. Destaca-se a serenidade da terceira dança Pe Loc (Dança sapateada), e sua evocação de música cigana.
Bartók escreveu essas danças originalmente para piano, porém, em 1917 ele mesmo as arranjou para orquestra. A popularidade delas se torna evidente pelo vultoso número de outros arranjos, como para orquestra de cordas, e para violino e piano.
Program Notes © 2007 by Eduardo Knob12 de Junho de 2007
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