Modest Mussorgsky (1839 – 1881) foi em sua época um oficial da guarda militar. A aspereza e a incivilidade de sua música, em seus dias, chegavam a ser consideradas como falta de educação. Porém, foi justamente a obra que revela seu lado mais humano, que mais assegurou longevidade às suas músicas nas salas de concerto. É o ciclo Quadros de uma exposição para piano-solo, em homenagem ao pintor Victor Hartmann, amigo íntimo do compositor, que morreu de ataque do coração aos 39 anos
A música começa com um cerimonioso solo de trompete e um coral de metais, que prepara a representação do Gnomo, um pequeno brinquedo “caminhando de forma estranha com pernas deformadas”, salientado por Ravel pela mordacidade do xilofone e por estranhos efeitos nas cordas. Após isto, o clima se ameniza pelo som da trompa e das madeiras, preparando desta forma o cenário do canto de um trovador no pátio de um castelo medieval, representado pelo saxofone. Novamente, a Promenade reflete o sentimento do compositor em relação à morte do amigo, mas é interrompido pela próxima pintura, onde se retrata crianças brincando no parque de Tuillieries, em Paris, observados por suas mães. Na próxima pintura, Bydlo, há um incomum solo para Eufônio. Após a próxima Promenade, ele retoma a consciência e se vê diante de peripécias de um passarinho que dança ballet. A seguir, o estereótipo de dois judeus, um rico e outro pobre. Ouve-se então o mercado cheio de mulheres, em Limoges, uma passagem delicadamente virtuosística. A seguir, vê-se o próprio pintor olhando apavorado dentro de uma Roma subterrânea, o que guia à próxima seção, onde Mussorgsky se vê diante dos esqueletos dos mortos. A última pintura, O Grande Portão de Kiev, é baseado no tema da Promenade, e evoca um majestoso portão ornamentado com um sino numa torre.
Program Notes © 2007 by Eduardo Knob19 de Junho de 2007
Regente: Manfredo Schmidt
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