terça-feira, 19 de junho de 2007

M.Glinka - Russlan e Ludmilla - Abertura

O surgimento da música nacional russa no século XIX está ligado, de maneira indissolúvel, ao nome Mikhail Glinka (1804 – 1857). Suas duas óperas (em especial a primeira), além de sua produção orquestral, marcam o fim de um longo “domínio estrangeiro musical” no desenvolvimento cultural do país. Até Glinka, os compositores russos absorviam e reproduziam a ópera italiana e o clássico vienense. Glinka procurou ativamente captar as manifestações musicais russas e ucranianas, até então inexploradas em termos composicionais. Desse modo, ele tornou-se o “pai” da música de concerto russa. Russlan e Ludmilla, sua segunda ópera, foi produzida em 1842 e iniciou uma tradição operística russa que iria ser mais bem desenvolvida na próxima geração, o uso de contos de fadas como base para libretos operísticos.

O libreto de Russlan e Ludmilla é baseado no conto de fadas, em forma de poema, de Alexander Pushkin, que conta a história de Ludmilla, filha do Príncipe Vladimir de Kiev (primeiro monarca russo a ser batizado pela Igreja, no ano 988 d.C). Ela é raptada pelo perverso anão e mago Chernomor, no dia de seu casamento com o bravo cavaleiro Russlan. Seu pai, desesperado, anula o casamento e promete a mão de sua filha a quem puder encontrá-la. Russlan e seus três rivais, o invejoso cavaleiro Rogday, o príncipe cazar Ratmir e o cavaleiro escandinavo Farlaf, saem em busca de Ludmilla.

A abertura é uma música breve e cheia de energia que se baseia em três temas: o de Russlan, enérgico e guerreiro; o de seu amor por Ludmilla, mais terno e apaixonado, tocado pelos fagotes, violas e cellos; e o tema do malvado anão Chernomor, que ao final é rapidamente banido, e assim a abertura termina num alucinante galope, em uma adequada conclusão a essa fantástica história.

Program Notes © 2007 by Eduardo Knob

19 de Junho de 2007

Regente: Manfredo Schmidt

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