O período em Weimar (1848 – 1858) a serviço do Grão-duque fez com que Liszt, além de virtuose do piano, passasse a ser virtuose de orquestra e, assim como Hector Berlioz em suas sinfonias programáticas – Symphonie fantastique, Romeu e Julieta, Harold na Itália – o compositor húngaro passou a defender o ideal de “uma renovação na música por meio de uma ligação mais íntima com a poesia”, ou seja, o “poema sinfônico”.
Les Preludes originalmente foi idealizada para ser a introdução a uma cantata que Liszt escreveu em 1844. No entanto, o título não se refere ao prelúdio àquela obra, mas sim ao poema “Les Preludes”, parte das Meditations Poethiques do poeta romântico francês Alphonse de Lamartine. Porém, Liszt escreveu um prefácio na partitura, um parágrafo:
“Que mais é nossa vida senão uma série de prelúdios a esse canto desconhecido, cuja primeira nota solene é a morte que entoa? O amor é a alvorada encantada de toda existência; mas quem é bem-afortunado o bastante para não ter seus primeiros deleites de felicidade interrompidos por alguma tempestade da vida, a explosão mortal na qual se dissipam as ilusões do amor, (...)”
Isso quer dizer que a música é a expressão de vários estados de espírito, de uma natureza apaixonada e radical, uma combinação que refletia muito bem a personalidade do próprio Liszt, segundo o britânico Peter Brien. A obra compreende somente um movimento, que começa com uma lenta introdução ao primeiro e principal tema da música. Segue-se a isso, em contraste, um tema de “amor”, após o qual as “tempestades da vida” aparecem com impetuosa força e violência. Logo após, há uma seção mais calma, porém breve, que precede ao retorno da energia anterior numa triunfante conclusão de caráter marcial.
Program Notes © 2007 by Eduardo Knob22 de Maio de 2007
Regente: Manfredo Schmiedt
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